A reportagem da rádio Poatã conseguiu a lista com número e valores que investidores de municípios da região aplicaram em empresa do Rio Grande do Sul que dizia investir em criptomoedas. A promessa era de um retorno de 15% do dinheiro aplicado já no primeiro mês, conforme a Polícia Federal. No entanto a operação era ilegal.
Alguns investidores da região aplicaram dinheiro na empresa Indeal, alvo da operação Egypto da Polícia Federal e Receita Federal em Novo Hamburgo, região metropolitana de Porto Alegre.
A empresa alega que opera de forma legal no Brasil e faz investimentos em criptomoedas. A planilha da Receita Federal mostra a relação de transferências feitas por município, referindo-se aos locais das agências de onde saiu o valor para ser investido. Não entram nesses dados os investimentos feitos a partir de bancos digitais.
Em Tapejara 121 investidores aplicaram mais de R$ 3.300.000,00 (Três milhões e trezentos mil reais).
São José do Ouro teve 14 investidores que aplicaram um total de R$ 52.322,00. Barracão teve uma aplicação de mais de R$ 509 mil feita por 40 pessoas.
Outras cidades do Norte/Nordeste Gaúcho.
Cacique Doble – R$ 12.016,08 de 02 investidores
Erechim – R$ 5.872.391,00 de 190 investidores
Esmeralda – R$ 142.420,00 de 06 investidores
Ibiraiaras – R$ 1.654.880,00 de 129 investidores
Lagoa Vermelha – R$ 13.601,00 de 05 investidores
Machadinho – 20.015,00 de 03 investidores
Paim Filho – R$ 100.000,00 de 01 investidor
Sananduva – R$ 6.000,00 de 02 investidores
Estes dados são apenas de valores aplicados na referida empresa, conforme explicou a Receita Federal.
A ação investiga a atuação de um grupo que, desde fevereiro de 2018, já havia captado cerca de 55 mil clientes de todo o país interessados em investir em criptomoeda e movimentado cerca de R$ 850 milhões. A empresa fica sediada em Novo Hamburgo e os cinco sócios, sendo dois casais e um homem, foram detidos junto com a esposa do último e outros quatro colaboradores. As investigações apuraram que, ao invés de criptomoeda, o dinheiro dos clientes estava sendo direcionado para aplicações tradicionais de renda fixa e com baixa rentabilidade, servindo para a compra de imóveis e carros de luxo, além de esmeraldas, entre outros bens, dos sócios.
— Desvendamos hoje apenas a ponta do iceberg — afirmou o superintendente da PF, Alexandre da Silveira Isbarrola.
Segundo Isbarrola, a empresa "e;não tinha sequer lastro para sequer fazer a devolução do capital investido"e; e "e;estava se tornando uma bola de neve"e;.
Não é crime operar com empresas de criptomoedas, tampouco nesse mercado, lembra a Receita Federal. Desde que elas tenham as devidas autorizações nos órgãos competentes.
Rádio Tapejara
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